segunda-feira, 14 de novembro de 2011

SÃO PAULO GILBERTO KASSAB DIZ: ‘Se alguém tiver de perder, tem de ser a União’

Em seis meses, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, deixou o DEM e criou o PSD (Partido Social Democrata), hoje a terceira maior bancada na Câmara. Com 56 deputados federais, perde apenas para o PT e o PMDB, tendo ultrapassado o PSDB. Mas quem o vê pela primeira vez tem a impresão de que é um político paulista também “picolé de chuchu”, figura atribuída à pouca desenvoltura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Fala manso, não reage a perguntas mais provocativas. Gargalhadas quebraram o ritmo de mais perguntas duras numa entrevista de duas horas. Kassab foi ao topo do tradicional Edifício Martinelli para fazer fotos com os arranha-céus paulistanos ao fundo, e, rindo, falou de sua gestão, de alianças e até de tentar formar um bloco com o PSB do governador Eduardo Campos (PE) na Câmara, mas negou a possibilidade de fusão dos dois partidos. Sobre a briga pelos royalties, o paulistano deu a entender que está ao lado do Rio de Janeiro.

Como conseguiu criar um dos maiores partidos da Câmara em tão pouco tempo? GILBERTO KASSAB: Conseguimos identificar um novo projeto partidário para o país. Um partido de centro, com uma postura equilibrada.

Quando brigou com o DEM? KASSAB: Foi a consolidação de uma convicção por conta da conduta errada do partido, em especial no momento em que passou a ser oposição. O DEM passou para a sociedade a impressão de que era contra o governo qualquer que fosse a política, mesmo boa para o país.

Como vê o projeto da redivisão dos royalties do petróleo? KASSAB: Você não pode fazer uma divisão que mude as perspectivas dos estados que já contavam com algo. Essa divisão tem que ser feita com muito cuidado, e, se alguém tiver de perder, tem de ser a União. Os estados e os municípios estão numa situação muito difícil.

Muito se fala na proximidade do senhor com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente do PSB. KASSAB: O PSD, logo que nasceu, iniciou um diálogo muitointenso com o PSB. Hoje, o partido mais próximo do PSD é o PSB.

Pode resultar numa fusão? KASSAB: Não acredito. Houve uma análise minha e do Eduardo sobre essa possibilidade, mas concluímos que o ideal era que houvesse dois partidos convivendo. Os dois partidos estão tão ligados que podem ser interpretados como uma coisa só.

Vão estar coligados? KASSAB: É muito possível.

Em 2014? KASSAB: É muito possível.

Há possibilidade de o senhor ser vice de uma candidatura Eduardo Campos a presidente? KASSAB: Em relação a mim, não.

O senhor vai concorrer ao governo de São Paulo em 2014? KASSAB: Não. Nós temos uma aliança aqui em São Paulo com o governador Geraldo Alckmin. Inclusive o vice-governador (Guilherme Afif Domingos) é do PSD. E Alckmin deve ser candidato à reeleição.

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que se filou ao PSD, vai ser candidato a prefeito? KASSAB: Não veio para isso. Mas é uma pessoa que está preparada para ser prefeito, governador, senador, ministro, presidente da República.

Quem vê como candidato do PSD aqui em São Paulo? KASSAB: Um candidato da aliança.

Mas seria um candidato do PSDB ou do PSD? KASSAB: Se você fala que quer a aliança, primeiro tem que construir a aliança para depois escolher o candidato.

Apoiaria Serra de novo para presidente em 2014? KASSAB: A eleição agora é para prefeito.

O Serra não vai disputar mesmo a prefeitura? KASSAB: Ele não deve disputar. Se disputar, terá o meu apoio. É o único candidato para quem posso declarar meu apoio antecipadamente. O resto sou pela aliança e a aliança define qual o melhor nome.

Qual a sua opinião sobre a sequência de demissões de ministros no governo federal? KASSAB: Vejo com otimismo a ação da presidente. O governo está indo bem, no campo político e administrativo. Se tinha problemas, ela está solucionando. A presidente foi rápida e firme.

Como vai ser o PSD na eleição do Rio? KASSAB: Faremos uma aliança com o (prefeito) Eduardo Paes. Já está acertado.

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