A valorização da cultura, o incentivo à produção local e a participação do cidadão em manifestações artísticas como teatro, dança, cinema, grafite, literatura, artes plásticas, entre outras, são fatores esquecidos pelo poder público de Macaé. A política cultural do município não tem se empenhado. Há anos, a classe artística da cidade vem se sentindo desvalorizada e desmerecida. Sem estímulos. O Teatro Municipal está fechado há dois anos e somente agora, a Fundação Municipal de Cultura (FMC) deu uma satisfação para a população: “falta uma liberação da equipe técnica do Corpo de Bombeiro, pois uma parte do piso está irregular”. Mas, por que ainda não foi liberado? Falta recurso para a prefeitura fazer o reparo necessário para a tal liberação? O fato é que o órgão recebe mais de R$ 10 milhões de orçamento anual. A população não entende o porquê os projetos culturais da cidade estão parados. A princípio, a Fundação foi criada para "promover atividades culturais e artísticas ligadas a valorização do patrimônio artísticos em seus mais variados segmentos", como mesmo diz o site oficial da FUC. Os munícipes não tem uma boa programação cultural desde 2009, depois disso veio a reforma, que nunca foi vista e o local ainda não reabriu. O último evento cultural realizado no Teatro Municipal, aconteceu no fim de 2009, com um show do rapper Gabriel, o Pensador. A entao presidente da FUC, Sheila Polly, esposa do presidente da Camara e vereador Paulo Antunes (PMDB). Mesmo tendo uma fundacao nas maos, contendo um verba significativa e um marido diante do Legislativo, Sheila nao tem feito muito pelo setor. Alguns macaenses ainda lembram de quando pagavam apenas R$ 1, em grandes espetaculos, na epoca da gestao de Ivana Mussi e Conceicao Maria. "Era otimo quando tinhamos acesso a grandes espetaculos, lembro-me de Elba Ramalho e Leoni. A porta do teatro vivia lotada durante o dia a procura de ingressos. Isso tudo acabou. Resta o que para nossos jovens? Podemos culpa-los quando outras coisas os atraem?", falou a estudante de Direito, Angela Maria. A reforma do Teatro Municipal começou em janeiro de 2010, com o valor estimado em R$ 772 mil. Dentre as ações propostas pela FUC para o ano passado, estavam a manutenção do Teatro Municipal (R$ 290 mil). E o orçamento da Fundação foi de R$ 10,1 milhões. Pensando em dar algum parecer à população, ou até mesmo, fingir que algo está sendo feito. A FUC realizou nesta sexta-feira (18), no Paço Municipal (porque o Teatro está em “reforma”), o Seminário Municipal de Cultura, com o tema “Planejando as Políticas Culturais do Município”. Na oportunidade, a presidente apresentou as propostas de criação do Sistema Municipal de Cultura. “Criamos um link através do site: www.macaecultura.com.br para que as pessoas possam participar, dando sugestões através deste canal. Acho importante estreitarmos relacionamentos com as partes interessadas que compõem a cultura, visando a construção de políticas públicas que contemple todas as vertentes“, disse a presidente. Segundo a presidente, o objetivo do Sistema é trabalhar com transparência e participação pública. Segundo um artista da cidade, que nao quis se revelar, falta mesmo e boa vontade das autoridades. “O dinheiro ja foi investido e a Fundaçao tem recursos proprios. Se fosse somente pela documentaçao, eles resolveriam o que esta errado e o Corpo de Bombeiros liberaria. Falta mesmo e vontade e comprometimento com a pasta“, concluiu indignado.
