terça-feira, 15 de novembro de 2011

O PSD e as duas sucessões

João Bosco Rabello, de O Estado de S.Paulo

A candidatura do ex-governador José Serra à Presidência da República, que parece reafirmada em suas últimas declarações e movimentos, abre espaço para a aliança entre PSD e PSDB nas eleições municipais em São Paulo, possível base para 2014.

Isto porque o único compromisso do prefeito Gilberto Kassab hoje é com o apoio a Serra para a prefeitura paulistana, o que dificultaria a costura de um acordo com o governador Geraldo Alckmin. Uma vez afastada essa hipótese, Kassab tem o caminho livre para negociar o apoio do governador ao candidato de sua preferência, Afif Domingues, garantir sua ida futura para o Senado e apoiar a reeleição de Alckmin.

Os pré-candidatos do PSDB à prefeitura hoje são avaliados como de baixíssimo potencial eleitoral e insuficientes para encorajar a cúpula do partido a uma disputa na qual o candidato do PT, Fernando Haddad, é a representação do ex-presidente Lula.

Tomada por verdadeira essa análise, que circula no PSD, o cenário da sucessão em 2014 abre três alternativas ao recém-criado partido – uma delas uma aliança com o PT, menos descartável do que com o próprio Serra.

As duas outras seriam o apoio ao PSDB, se o candidato for Aécio Neves (MG), ou candidatura própria, no caso a da senadora Kátia Abreu (TO). Esta última só ocorrerá se Aécio e Dilma não refletirem um favoritismo na disputa.

As duas incógnitas, que mantêm em suspense ações mais objetivas, estão exatamente em Serra – de quem não se espera, mas se admite um recuo – e no ex-presidente Lula, cuja possibilidade de se candidatar ainda é considerada apesar de seu problema de saúde.

Lula e Serra são divisores. São, portanto, Lula e Serra, as personagens que dividem o PSD na sucessão em 2014. O apoio unânime ao primeiro seria inviável, assim como ao segundo, que já concorreu em 2010 com o DEM – embrião do PSD – dividido na campanha: uma parte, que desejava Aécio como candidato, dando apenas presença formal na disputa; outra, empenhada na vitória pela perspectiva de evitar a continuidade da era PT. Mesmo com origem na ala serrista do DEM, o PSD hoje abriga políticos de diversos matizes, bastando observar que a inédita velocidade com que se estruturou em todo o País se deve ao fato de nascer como sublegendas de quase todos os governos estaduais.

Balanço

O último balanço do PSD registra 2 governadores, 2 senadores, 56 deputados federais, 107 deputados estaduais, 5.957 vereadores; 559 prefeitos ( 330 concorrem à reeleição); 4.572 diretórios e 150 mil filiados. O partido pretende lançar ainda 1,2 mil candidatos a prefeitos e espera eleger algo em torno de 700 prefeitos

TODOS OS VISITANTES DESDE A CRIAÇÃO DESTE BLOG